Aberta a individual "Para governar a natureza com pés de ferro", no Centro Cultural São Paulo
- João Guilherme Parisi
- 7 de out.
- 2 min de leitura

Em 2025, o Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo, uma realização da Prefeitura da Cidade de São Paulo, através de sua Secretaria Municipal de Cultura, chega a 34ª edição. Foi idealizado em 1990 pela crítica e historiadora da arte Sônia Salzstein – hoje professora titular da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) – durante a gestão de Marilena Chauí, com intuito de fortalecer os laços entre a produção artística contemporânea e o espaço público. Ao longo de sua história, o edital se instituiu como importante fator de consolidação de artistas emergentes.
Consagrando-se como um dos principais eventos culturais da agenda anual paulistana, o Programa de Exposição mantém a caraterística que o tornou inovador em sua concepção: a seleção dos artistas por meio de projetos e portfólio, além do acompanhamento individualizado por meio de seu Grupo de Crítica. Este ano, o júri foi composto por sete integrantes. Quatro deles, representantes do Poder Público e da Instituição, Maria Adelaide Pontes, Rafael Vitor Barbosa Sousa, Thamires Cordeiro Nunes e Aline Moreno de Oliveira. Os demais, os curadores convidados Ana Avelar, Claudinei Roberto da Silva e Orlando Franco Maneschy.

Como parte da 34ª edição do programa, apresento a exposição individual “Para governar a natureza com pés de ferro”, formada por um recorte visual específico dentro da minha produção recente, em que tenho explorado as minhas próprias relações de corpo através de apropriações do passado.
As pinturas que compõem a exposição são fruto, sobretudo, de uma extensa pesquisa em acervos de museus, em que selecionei nove tapeçarias que representassem, cada uma a seu modo, narrativas de domínio.
Cenas de caça, passagens bíblicas, representações de pecados capitais e triunfos inspirados nos poemas moralizantes de Petrarca são apresentados de forma dessacralizada - as tapeçarias, antes penduradas e utilizadas como símbolo de poder político e econômico, são pela primeira vez submetidas ao ato de pisar e tornam-se palcos que, na brecha de anacronismos, permitem a instauração do debate.
Contesto, ironizo, mas não renuncio a rebeldia de propor imagens bonitas no tempo em que vivemos. No verniz da pintura, para quem quiser.
“Para governar a natureza com pés de ferro”, de João Guilherme Parisi
Centro Cultural São Paulo (CCSP)
34º Programa de Exposições
23/08 – 23/11

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